Nos dias atuais, o filho de pais separados não é mais uma exceção.
Conviver com amigos na mesma situação pode até ajudar a criança a
aceitar melhor a condição em que estará a partir daquele momento, mas
não ameniza em nada o sofrimento individual da criança em se adaptar a
essa situação. Mesmo nos casos em que é nítida que a separação
do casal é a melhor opção, a criança de até seis anos não consegue
abstrair e imaginar nenhuma situação em que ela saia perdendo...
Nessa idade a criança é egocêntrica, não enxerga o mundo e nenhuma
situação sem estar como o personagem principal e, sendo assim, mesmo que
inconscientemente, sente-se culpada pela saída do pai ou da mãe de
casa.
Digo inconscientemente, pois filhos de pais que se separaram
quando eram menores do que os seis anos, normalmente não terão grandes
lembranças da fase da sua família nuclear completa, porém apresentarão
alterações comportamentais significativas até que aceitem completamente a
situação.
Algumas crianças ficam apenas tristes, quietas, outras vão apresentar
agressividade verbal ou física. Por incrível que possa parecer, as
crianças que ficam apáticas a essa situação, aparentando controlar e
aceitar bem, são as que mais problemas apresentarão no futuro,
justamente por terem guardado tanto o seu sentimento em relação a
situação e, na maioria dos casos, tornam-se inseguras ou descrentes em
relação a relacionamentos afetivos, e essa consequência, se tornará
explícita apenas na adolescência ou na fase adulta, fazendo que nem
todos associem esse comportamento a situação vivida na infância. No
caso da criança não superar suas dificuldades emocionais decorrentes da
separação de seus pais, mesmo quando tudo vai voltando ao normal após
certo tempo, é aconselhável a procura de um profissional da área de
saúde mental para avaliar e fazer o melhor encaminhamento do caso,
inclusive indicando uma psicoterapia quando necessário.
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